A alimentação adequada no período pré e pós-operatório tem se consolidado como um fator estratégico na recuperação de pacientes cirúrgicos, com impacto direto na redução do tempo de internação e na otimização dos recursos hospitalares. Atento a essa realidade, o Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) tem investido em estratégias de nutrição clínica para acelerar a cicatrização, fortalecer o sistema imunológico e mitigar complicações pós-cirúrgicas.
Segundo especialistas do HSPE, pacientes bem nutridos apresentam cicatrização mais rápida, menos complicações e podem ter alta até 30% mais cedo. Esse desempenho contribui diretamente para o aumento da rotatividade de leitos, gerando benefícios para o sistema de saúde e ampliando a capacidade de atendimento.
“Muitas vezes, o que falta para a ferida cicatrizar não está no curativo, mas nos nutrientes presentes no organismo. A recuperação começa com o suporte correto na dieta alimentar”, afirma Rita de Cássia Maturo, nutricionista responsável pelo serviço de Nutrição e Dietética do HSPE.
O consumo crescente de produtos ultraprocessados, ricos em gorduras saturadas e açúcares, tem comprometido a qualidade nutricional da dieta do brasileiro. Esse cenário acarreta maior inflamação e piora no processo de cicatrização das feridas cirúrgicas. No entanto, o investimento em estratégias nutricionais personalizadas pode reverter esse quadro e se tornar um diferencial competitivo para instituições de saúde que buscam eficiência e qualidade no atendimento.
Nutrição como ferramenta estratégica de gestão hospitalar
Estudos indicam que uma dieta adequada é fundamental para o processo de cicatrização. Proteínas de alta qualidade (carnes magras, peixes, ovos e leguminosas) auxiliam na regeneração dos tecidos e na formação de novas células. A vitamina C, presente em frutas cítricas e vegetais folhosos, contribui para a síntese de colágeno, elemento essencial para a cicatrização. Já os alimentos ricos em fibras (frutas, vegetais e grãos integrais) ajudam no funcionamento do sistema digestivo, enquanto a ingestão adequada de líquidos é crucial para o transporte de nutrientes e eliminação de toxinas.
No período pós-operatório, recomenda-se evitar alimentos sólidos e pesados, além de bebidas alcoólicas e cafeína, que podem interferir no processo de cicatrização e na eficácia de medicamentos.
“A desnutrição hospitalar é um problema significativo, afetando uma parcela considerável dos pacientes internados. A falta de nutrientes pode levar a complicações como infecções, atraso no fechamento de feridas e aumento do tempo de internação. Portanto, identificar a ferida cirúrgica e tratá-la de forma precoce é fundamental para melhorar os resultados clínicos e a qualidade de vida dos pacientes”, reforça Maturo.
Abordagem multidisciplinar fortalece cuidado ao paciente
A atuação integrada de profissionais da saúde, como nutricionistas, médicos, residentes, enfermeiros e estomaterapeutas, tem sido uma das estratégias do HSPE para aprimorar o cuidado clínico e reduzir intercorrências. O Núcleo de Serviço de Nutrição e Dietética da instituição promove palestras e workshops periódicos com foco em estratégias nutricionais eficazes, evidências científicas e inovações que visam melhorar a resposta imunológica e acelerar a cicatrização de feridas.
“O investimento em educação continuada e na capacitação da equipe multiprofissional é essencial para manter a excelência no cuidado ao paciente e para alinhar a gestão hospitalar às melhores práticas clínicas”, conclui a nutricionista.
Com essa abordagem, o HSPE reforça seu compromisso com a inovação em saúde, demonstrando que a nutrição clínica não é apenas uma questão de dieta, mas sim uma ferramenta estratégica na gestão de leitos, na eficiência operacional e na sustentabilidade do sistema hospitalar.



