Brasileiros rejeitam excesso e priorizam silêncio, tempo livre e pausas, aponta estudo da BALT

Pesquisa nacional mostra esgotamento mental como gatilho para mudanças no consumo e nas relações sociais

Um novo estudo da BALT Consultoria de Pesquisa e Estratégia revelou uma importante mudança no comportamento dos brasileiros: a rejeição ao excesso de estímulos e a valorização do tempo, do silêncio e da pausa. A pesquisa, realizada entre janeiro e março de 2025 com mais de 100 participantes de todo o país, identificou que o sentimento de sobrecarga mental tem levado as pessoas a reverem hábitos de consumo, presença nas redes sociais e até a frequência de interações sociais.

Segundo o levantamento intitulado “O tempo das coisas”, 72% dos entrevistados afirmaram sentir que o tempo está acelerado demais para dar conta de todas as demandas do cotidiano. Como resposta, muitos estão optando por uma vida mais intencional, desacelerada e seletiva. A pesquisa qualitativa aponta que 64% dos brasileiros estão se afastando das redes sociais por exaustão e 58% continuam evitando aglomerações mesmo após o fim das restrições da pandemia.

Comportamento seletivo como forma de autocuidado

A nova configuração de comportamento social vai além de preferências momentâneas. Os dados indicam que 55% dos participantes reduziram compras por impulso e 47% buscam ativamente momentos de silêncio e isolamento como forma de autocuidado. Além disso, quase metade dos entrevistados revelaram estar evitando compromissos sociais com mais frequência.

Para Lucas Fraga, cofundador e head de estratégia da BALT, essa nova forma de viver é uma resposta direta a um mundo saturado por estímulos constantes. “Chegamos a um ponto em que tudo parece demais, reuniões, notificações, conteúdos, tarefas. As pessoas não querem mais performar o tempo todo. Elas estão escolhendo o que viver, o que consumir, o que responder. É uma reação a um mundo em que o tempo deixou de ser nosso”, analisa Fraga.

A pesquisa aponta que esse movimento é transversal: afeta pessoas de diferentes idades, classes sociais e regiões do país. A valorização do tempo e da presença plena não está mais associada à improdutividade, mas sim à inteligência emocional e ao bem-estar.

Uma mudança estrutural e silenciosa

Segundo Ana Catarina Holtz, cofundadora e head de pesquisa da BALT, essa transformação no modo de viver e consumir representa uma ruptura com o modelo produtivista que dominou a sociedade nas últimas décadas. “O que vimos foi um desejo transversal por mais presença, pausa e sentido. Existe um afastamento da lógica de produtividade extrema que ditou o comportamento nas últimas décadas”, explica.

Holtz alerta que a rejeição à hiperexposição e ao excesso de performance é um sinal claro de esgotamento social. Esse novo comportamento também afeta profundamente o modo como as pessoas se relacionam com marcas, influenciadores e canais de comunicação. “Estamos observando uma transformação estrutural: o excesso virou incômodo. As pessoas estão revendo o valor do tempo, repensando o que compram, onde se informam e o que compartilham”, reforça.

O silêncio como novo símbolo de status

De acordo com os pesquisadores, o que move o desejo dos brasileiros também está mudando. Se antes o acúmulo e o status eram os principais motivadores de consumo, agora o foco está no que oferece espaço, leveza e liberdade.

“Não estamos falando só de consumo, mas de uma reconfiguração do desejo. O novo luxo, hoje, é ter tempo. As marcas que entenderem isso primeiro vão sair na frente”, conclui Fraga.

Essa tendência abre espaço para um novo posicionamento de mercado para empresas e criadores de conteúdo. A BALT defende que compreender essas mudanças é crucial para marcas que desejam continuar relevantes. O relatório completo com todas as análises e insights está disponível no site da consultoria: www.baltreports.com.

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