Mais de 95% das atividades contábeis têm potencial de automação
A inteligência artificial (IA) avança em ritmo acelerado e já começa a remodelar o cenário da contabilidade e da área fiscal. Ferramentas baseadas em IA, machine learning e automação vêm transformando a rotina dos escritórios contábeis, tornando processos mais rápidos, precisos e estratégicos. A tecnologia, que antes parecia distante, hoje se consolida como aliada indispensável na busca por eficiência e competitividade.
Ferramentas baseadas em inteligência artificial já são capazes de analisar grandes volumes de dados fiscais, identificar inconsistências e sugerir correções antes mesmo do envio das declarações, um avanço que reduz significativamente o risco de multas e retrabalho. Além disso, algoritmos avançados permitem antecipar tendências financeiras, otimizar o fluxo de caixa e gerar relatórios personalizados, oferecendo aos gestores uma base sólida para decisões mais rápidas e assertivas.
Dados divulgados pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), revelam que a IA já melhora em cerca de 90% a precisão fiscal e que mais de 95% das atividades contábeis têm potencial de automação. A presidente do Sescon Campinas, Claudia Di Fonzo, destaca que esses avanços liberam tempo para que contadores e gestores foquem em atividades com valor mais elevado do serviço prestado. “O cenário indica uma reconfiguração do papel do contador, que passa a atuar de forma mais consultiva e estratégica, com foco em resultados e não apenas em conformidade fiscal. O uso da inteligência artificial não substitui o contador, mas redefine sua atuação”, frisa.
Para Claudia, quem não investir em tecnologia, automação e atendimento consultivo vai perder competitividade. “Os escritórios que adotam tecnologia de forma estratégica tendem a ganhar eficiência, reduzir custos e ampliar a capacidade de atendimento. É uma evolução silenciosa que obriga o profissional se colocar como cientista de dados”.
Mesmo com todas as vantagens, muitos escritórios ainda enfrentam obstáculos para implementar a IA no dia a dia, como falta de conhecimento técnico e custo para implantação. “Além de toda a questão de estrutural, o profissional ainda precisa ficar atento a questões éticas, privacidade de dados e transparência dos algoritmos”, completa.
A presidente do Sescon reforça que a mudança deve ser imediata e elenca as ações que os escritórios devem priorizar para dar início a essa transformação tecnológica.
– Investimento em treinamento da equipe para interpretar relatórios gerados por IA analisar dados e tomar decisões com base nesses insights.
– Revisão da oferta de serviços: além da contabilidade tradicional, pensar em consultoria, previsões, gestão tributária, monitoramento fiscal via tecnologia.
– Avaliação das tecnologias e softwares que integrem IA com a contabilidade.
– Definição de um projeto de automatização com prioridades e time responsável.
– Seleção de um escopo pequeno e representativo de clientes, fazer os ajustes e ampliar a escala.
– Estabelecimento de métricas e fazer medições para avaliar os resultados.
“Apesar de todos os desafios, há redução de retrabalho, menor risco de erro, maior confiabilidade, que muitas vezes geram redução dos custos operacionais nos escritórios. Por isso, é algo que os profissionais devem colocar na balança e reavaliar, já que o investimento pode significar a sobrevivência no mercado”, finaliza Claudia di Fonzo.



